domingo, 16 de novembro de 2014

Contra parasitas, germes e bactérias!

      O dia começa bem cedo, com a corridinha matinal à qual eu me esquivo sempre, troco normalmente pelo meu livro ou diário. O que normalmente atrai uma chávena de chá e uma rodela de Roti (q é como quem diz pão, um especial destas bandas) acabadinho de amassar, tender e cozer na chapa! Sempre entregue com um sorriso das mãos da Didi da cozinha e um "tato tato!" que é como quem diz "quente, quente!". Mas que belo despertar.
      Normalmente segue-se o momento trabalhos de casa, que é sem dúvida uma óptima técnica, de cérebro fresquinho. Mas como falamos de um sábado, não há T.P.C pra ninguém e a malta vai é toda a banhos! Não, não há praia, nem sequer fluvial. Há sim baldadas de água fria pra toda a gente. Principalmente aos cabelos de princesas de todas as raparigas. E sentadinhas depois no terraço viradas ao sol, sentamo-nos às pernas umas das outras e deixamos tranquilamente que nos controlem o cabelo contra piolhos...que Maravilha! Esta malta percebe claramente disto (poderia dizer "melhor que eu", mas na verdade não percebo nada, então deixo-me controlar, feliz da vida) saio dali com um saldo negativo de uns 15 piolhos (cada um encontrado era passado para a minha mão para o controlo de vida, daí ter contado), digo negativo porque cheia de sorte já estavam todos mortos! 
"- Como é que eles estão já mortos no cabelo se não metemos veneno?" - pergunto na minha ignorância.

"- No food, miss!" - ri-se a Maria pra mim. E eu rio-me também, concluindo q estes parasitas da natureza vieram também eles todos contentes vasculhar no cabelo claro desta estrangeira. Mas teve azar. A minha frequência bi semanal de banho capilar não lhe deixou muito pra encher a pança! 
Vanessa 1 vs Piolhos 0

      
      Como é sábado, e sábado é o único dia de fim de semana aqui, é festa! E na festa come-se carne. Franguinho pra toda a gente.
"- Miss, you want to come buy meat?"
"- Of course I do!"
      E era claro que queria. Do que tinha visto em Kathmandu nos chamados talhos da cidade - rápida elucidação: a carne está na banca como a do mercado do peixe, mas a banca não está num mercado, está ali entre a loja das ferragens e a mercearia, bem no meio da estrada, com carros e motas e bicicletas e rikshaw e pessoas a passar e pó a voar -, não me inspirava muito a carne por estas bandas, então decidi ir ver como era em Tikapur, sendo uma cidade mais pequena (esperava eu também uma coisa menos evoluída ainda). Estava enganada.
Eis que me deparo com uma espécie de jaula, na esquina da estrada, protegidinho das moscas e insectos afins! A coisa até agrada assim à primeira vista, não cegamos logo à entrada com o branco clínico da paredes e luzes ultra violeta a q estamos habituados. Portanto, insectos não, pó tá bem. Tá bem, então. 
"- e quantos kilos são, menina?“ - talhante


"- São sete“ - Joana, "- Podemo-nos sentar aqui, Miss" dirigindo-se a mim indicando o banco ali na frente da jaula.

"- Quanto tempo demora, sabes Joana?" - a minha mania do tempo
"- Não sei, miss. Às vezes quarenta minutos, outras uma hora. Depende"
Saquei da lima, da acetona, do verniz e fiz passar metade do tempo num flash colorido e cheiroso! A outra metade apreciei o espectáculo - de máquina em punho, claro! Rapidamente percebi o esquema e a causa do prolongado tempo de espera: as galinhas, pobres criaturas, vinham à vez, la de trás do galinheiro, conforme se precisava de mais kilos. E todo o processo que em tempos de catraia via em casa da minha avó, ali era feito meticulosamente no so called talho.


     Mais um cheiro a puxar à minha infância - pele de galinha chamuscada! Devo confessar que o cérebro começa a bombar automaticamente, mas vendo bem a coisa, eles comem disto todos os sábados e a mim parecem bem saudáveis! Quem precisa de amukina e tretas que tais?
Fecho este post com a partilha da "poção mágica" para não haver bactéria que resista no corpo. Acabamos de jantar, já depois do sol se pôr, e a Didi cozinheira pergunta-me se quero chá. Mas o grupo de mais velhos que ali ficou na cozinha mete-se aos risinhos com a Didi e dizem todos alegred também querer! Quando me chega a chávena às mãos e meto o "chá" à boca, tenho uma mini explosão de sabores - ervas, picante e salgado.. Um mix q não se percebe bem. À minha pergunta "- o que é? É mesmo chá?" obtenho um "- nós chamamos-lhe poção mágica. Mas é chá normal com pimenta preta moída. Dizem que é bom para evitar as constipações! You like?" Ora pois que deve ser bom pra isso, deve, não haja dúvidas! E lá consegui exprimir-me "- este chá pra mim talvez tenha de levar açúcar..!" :)


Para quem quiser saber mais sobre a minha experiência e onde estou e a fazer o quê, pode informar-se aqui.

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